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Andragogia: Pilares e Princípios

Andragogia: Como os adultos aprendem?

Os adultos aprendem melhor: quando suas necessidades e interesses, situações de vida, experiências, autoconceitos e diferenças individuais são levados em consideração.



1 – Os adultos são motivados a aprender conforme vivenciam necessidades e interesses que a aprendizagem satisfará: portanto, esses são os pontos de partida adequados para organizar as atividades de aprendizagem dos adultos;

2- A orientação da aprendizagem dos adultos é centrada na vida: portanto as unidades adequadas para organizar aprendizagem de adultos são situações da vida, não assuntos.

3- A experiência é o recurso mais rico para a aprendizagem dos adultos: portanto, a metodologia central da educação de adultos é a análise de experiências.

4 – Os adultos tem uma forte necessidade de se autodirigir: portanto, o papel do professor é se envolver em um processo de questionamento mútuo com eles, em vez de transmitir seu conhecimento a eles e, a seguir, avaliar seu grau de conformidade com o que foi transmitido.

5 – As diferenças individuais entre as pessoas aumentam com a idade, portanto: a educação de adultos deve prever as diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.

Psicologicamente, adultos são responsáveis por sua própria vida. Ao desempenhar papéis de adultos, as pessoas assumem cada vez mais responsabilidades por suas próprias decisões.

Em relação à aprendizagem, isso é crucial. Por essa razão, no modelo andragógico, a educação de adultos baseia-se nos seguintes princípios:


• Os adultos precisam saber por que necessitam aprender algo;

Por que você está me ensinando isso?
O porquê?  O quê? Como?

Adultos precisam saber por que necessitam aprender algo antes de começar a aprendê-lo. Por isso, a primeira tarefa do facilitador é ajudar os aprendizes a se conscientizarem da “necessidade de saber”.

Algumas ferramentas para aumentar o nível de conscientização ou a necessidade de saber são as experiências reais ou simuladas em que os aprendizes descobrem por si mesmos seus gaps*. 

Sistemas de avaliação de pessoal, rotação de funções, contato com modelos e avaliações de desempenho são alguns exemplos dessas ferramentas.

*Gap é um termo que significa o espaço entre o que se espera profissionalmente de alguém e os pontos a serem desenvolvidos.



• Os adultos têm a responsabilidade por suas próprias decisões e por sua vida;

Como posso ser independente e aluno?

Os adultos possuem um autoconceito de ser responsáveis pelas próprias decisões, pelas próprias vidas. 

Dessa forma, desenvolvem uma profunda necessidade psicológica de serem vistos e tratados pelos outros como capazes de se autodirigir. 

Eles se ressentem e resistem a situações nas quais percebem que os outros estão impondo suas vontades sobre eles.

Isso traz um sério problema para a educação de adultos, pois o adulto, quando participa de alguma atividade educacional ou treinamento, regride ao condicionamento de suas experiências escolares anteriores, coloca o chapéu da dependência, cruza os braços, encosta-se na cadeira e diz “me ensine”.

Essa suposição da necessidade de dependência, aliada ao tratamento dos adultos como crianças pelo facilitador, cria um conflito dentro do adulto entre sua crença de que o aprendiz é um ser dependente e a sua necessidade psicológica de se autodirigir.

• Os adultos entram na atividade educacional com maior volume e variedade de experiências do que as crianças;

Minhas experiências são a base do meu aprendizado?

Os adultos se envolvem em uma atividade educacional com um volume maior de experiências de qualidade diferente em relação aos mais jovens. 

Simplesmente por terem vivido mais, eles acumularam mais experiência, o que acarreta consequências para a educação de adultos.

Se entendermos que qualquer grupo de adultos apresenta uma amplitude maior de diferenças individuais, é mais heterogêneo em termos de formação, estilo de aprendizagem, motivação, necessidades, interesses e objetivos do que um grupo de jovens, saberemos que os recursos mais ricos para cada tipo de aprendizagem estão nos próprios aprendizes adultos.

Assim, as técnicas que utilizam a experiência dos adultos aprendizes – como discussões em grupo, exercícios de simulação, atividades de resolução de problemas, estudos de caso e métodos de laboratório – serão mais eficazes que as técnicas de transmissão.

Em contraposição, os efeitos negativos desse acúmulo de experiências podem ser a tendência a desenvolver hábitos mentais, preconceitos e pressuposições que costumam fechar a mente a novas ideias, a percepções mais atualizadas e a ideias alternativas.


• Os adultos têm prontidão para aprender as coisas que precisam saber para enfrentar melhor as situações da vida real;



Qual problema vou resolver com isso que você quer que eu aprenda?

Os adultos têm predisposição para aprender aquilo que devem saber e precisam para se tornar capacitados para enfrentar as situações da vida real. 

Uma fonte particularmente rica de “prontidão para aprender” são as tarefas associadas à passagem de um estágio de desenvolvimento para o próximo. 

As experiências de aprendizagem devem estar sincronizadas com essas tarefas de desenvolvimento. 

Assim, quando a ocasião exige algum tipo de aprendizagem relacionado ao que deve ser executado, o adulto adquire prontidão para aprender. 

Além disso, a prontidão pode ser induzida por meio da exposição a exercícios de simulação e outras técnicas.

•  Os adultos são centrados na vida em sua orientação à aprendizagem;


Estou aprendendo matérias ou ganhando ferramentas?

Em comparação com a orientação para aprendizagem de crianças e jovens, centrada no tema (pelo menos no ensino fundamental e médio), os adultos são centrados na vida (ou centrados na tarefa ou no problema) quanto à sua orientação para aprendizagem. 

Os adultos são motivados a aprender conforme percebem que a aprendizagem os ajudará a executar tarefas ou lidar com problemas que vivenciam em sua vida.

Além disso, eles assimilam novos conhecimentos, percepções, habilidades, valores e atitudes de maneira mais eficaz quando são apresentados a contextos de aplicação a situações da vida real.

• Os adultos respondem melhor aos motivadores internos do que aos externos.

E daí que isso cai na prova...

Os adultos respondem a fatores motivacionais externos (melhores empregos, promoções, salários mais altos), porém os fatores motivacionais mais poderosos são as pressões internas (o desejo de ter maior satisfação no trabalho, autoestima, qualidade de vida). 

Pesquisas constataram que adultos normais são motivados a continuar a crescer e se desenvolver. 

No entanto, essa motivação pode ser bloqueada por barreiras como autoconceito negativo como aluno, falta de acesso a oportunidades ou recursos, limitações de tempo e programas que violam os princípios da aprendizagem de adultos.


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