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Gestão do Conhecimento

Gestão do Conhecimento nas Empresas
O que é Gestão do conhecimento?
A gestão do Conhecimento aqui abordada pode ser definida como um processo amplo e criterioso de identificação, maximização, codificação e compartilhamento do conhecimento estrategicamente relevante para as organizações (TERRA, 2001).

A literatura especializada aponta diversas maneiras de se promover o conhecimento organizacional. 

Esta seção detalha duas delas: a geração do conhecimento proposta por Davenport e Prusak (1998) e a teoria da criação do conhecimento proposta por Nonaka e Takeuchi (1997).


1. Geração do conhecimento como ferramenta de estratégia organizacional

À medida que interagem com seus ambientes, as organizações absorvem informações, transformam-nas em conhecimento e agem com base numa combinação desse conhecimento com suas experiências, valores e regras internas. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998).

Para estes autores, existem cinco modos de se gerar conhecimento:

Aquisição
A maneira mais direta e, geralmente, mais eficaz de se adquirir conhecimento é a compra, isto é, adquirir uma organização ou contratar profissionais que o possuam. 

Outra maneira de se adquirir conhecimento é por meio do aluguel, ou seja, alugar uma fonte de conhecimento, como um consultor, por exemplo. 

Embora seja uma fonte temporária, parte do conhecimento tende a ficar na organização;

Saiba mais: O que é um projeto?

Recursos dirigidos 
Criar unidades ou grupos, a exemplo de departamentos de pesquisa e desenvolvimento, com a finalidade de produzir conhecimento novo e novas maneiras de se fazer as coisas é uma forma costumeira de se gerar conhecimento nas organizações. 

Bibliotecas corporativas também são meios utilizados na expectativa de que seja fornecido conhecimento novo para a organização;

Fusão
A geração de conhecimento por meio da fusão implica em complexidade e conflitos para se criar sinergia, uma vez que reúne pessoas com diferentes perspectivas para se trabalhar em um problema ou projeto, obrigando-as a chegar a uma resposta conjunta. 

Segundo Davenport e Prusak (1998), a inovação ocorre nas fronteiras entre as mentes e não dentro do território provinciano de uma só base de habilidades e conhecimento. 

Ao se trabalhar em projeto ou problema por meio de um grupo composto por pessoas com diferentes perspectivas, estas diferenças impedem que o grupo caia em soluções rotineiras para os problemas;

Adaptação
As crises, no meio ambiente das organizações, atuam como catalisadores da geração do conhecimento. As vezes estas crises forçam as organizações a decidir entre adaptação ou morte. E, ao optarem por se adaptar, estas organizações evoluem;

Redes do conhecimento (comunidades de prática): 
Segundo Davenport e Prusak (1998), o conhecimento organizacional também é gerado pelas redes informais e auto-organizadas. 

Comunidades de possuidores de conhecimento se unem motivos por interesses comuns, interagindo por meio de contatos pessoais, redes sociais e grupos de e-mail para compartilhar conhecimento e resolver problemas em conjunto. 

Quado redes desse tipo partilham conhecimento comum suficiente para se comunicar e cooperar, a continuidade de seu contato costuma gerar conhecimento novo dentro da organização.

2. Criação do conhecimento na organização

Na visão de Nonaka e Takeuchi (1997) o conhecimento tácito e o explícito não são entidades separadas, mas sim complementares. 

Assim, partindo do pressuposto que o conhecimento é criado por meio da interação entre conhecimento tácito e explícito, propuseram quatro modos diferentes de conversão do conhecimento:

Socialização: do conhecimento tácito em conhecimento tácito

A socialização é um processo de compartilhamento de experiências e, a partir daí, da criação do conhecimento tácito baseado em outros conhecimentos tácitos, como modelos mentais ou habilidades técnicas compartilhadas. 

O segredo para a aquisição do conhecimento tácito é a experiência. Sem alguma forma de experiência compartilhada, é extremamente difícil para uma pessoa projetar-se no processo de raciocínio de outro indivíduo. (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).


Externalização: do conhecimento tácito em conhecimento explícito

A externalização é um processo de transformação do conhecimento tácito em conceitos explícitos. 

É por meio do diálogo ou da reflexão coletiva que o modo de externalização da conversão do conhecimento normalmente é provocado.

Dentre os quatro modos de conversão do conhecimento, a externalização é a chave para a criação do conhecimento, pois cria conceitos novos e explícitos a partir do conhecimento tácito. (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

Combinação: do conhecimento explícito em conhecimento explícito

A combinação é um processo de composição de conceitos, que envolve a combinação de conjuntos diferentes de conhecimento explícito, em um sistema de conhecimento. 

Os indivíduos trocam e combinam conhecimentos através de documentos, reuniões, e-mails, etc. e reconfiguram o conhecimento existente por meio do acréscimo, classificação, combinação e categorização do conhecimento explícito, o que pode levar a criação de novos conhecimentos. (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

Internalização: do conhecimento explícito em conhecimento tácito
A internalização é o processo de incorporação do conhecimento explícito ao conhecimento tácito. 

Quando são internalizadas nas bases do conhecimento tácito dos indivíduos sob a forma de modelos mentais ou know-how técnico compartilhado, as experiências através da socialização, externalização e combinação tornam-se ativos valiosos, influenciam a forma de agir, pensar e de ver o mundo das pessoas. 

No entanto, para viabilizar a criação do conhecimento organizacional, o conhecimento tácito acumulado precisa ser socializado com os outros membros da organização, iniciando assim uma nova espiral de criação do conhecimento. (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

Para que o conhecimento explícito seja internalizado e se torne tácito, é necessária a sua externalização por meio da representação do conhecimento sob a forma de documentos, manuais ou histórias orais, pois esta documentação ajuda os indivíduos a internalizarem suas experiências, aumentando assim seu conhecimento tácito.

Leia também: O que é Análise SWOT?

É por meio deste processo de conversão que tanto o conhecimento tácito quanto o explícito se expandem em termos de qualidade e quantidade. 

A figura a seguir apresenta os quatro modos de conversão:




Referências

DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial: como as empresas gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

TERRA, J. C. C.  Gestão do conhecimento: o grande desafio empresarial. 3. ed. São Paulo: Negócio Editora, 2001.

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Carlos Felipe
educacional.contato@hotmail.com

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