Pedagogia
Empresarial e a Gestão do conhecimento
A Gestão do Conhecimento, tal qual a Educação Corporativa, ganha
corpo na década de 90 como uma inovação das organizações em resposta aos tempos
de incerteza, mudanças e ambientes de negócio turbulentos, sob o enfoque, em
geral, do aprendizado organizacional.
Quando a única certeza parece ser a incerteza, as empresas
de sucesso serão aquelas capazes de criar novos conhecimentos sistematicamente
e permanentemente; disseminá-los pela organização; e rapidamente aplicá-los na
fabricação de novas tecnologias, produtos e serviços.
A “empresa criadora de conhecimento” implementa este ciclo
de gestão do conhecimento de modo a inovar continuamente.
Com os avanços dos estudos, perceberam-se duas correntes
teóricas em Gestão do Conhecimento: a visão baseada em gestão de pessoas, a
qual compreende o conhecimento como processo; e a visão baseada na tecnologia
da informação, a qual entende o conhecimento como objeto.
Na gestão do conhecimento como processo, estimula-se que os
colaboradores sejam capazes de constantemente capturar conhecimentos;
organizá-los; compartilhá-los; aplicá-los; reutilizá-los; e gerar novos
conhecimentos.
Para isso, algumas práticas de Gestão do Conhecimento têm
sido implementadas, como por exemplo, comunidades de prática, fóruns de
discussão on-line, entre outras.
Na gestão do conhecimento com foco na tecnologia da informação,
há ênfase no desenvolvimento de ferramentas, tais como: inteligência
artificial, sistemas de gerenciamento da informação, entre outras.
Na verdade, sabemos da importância do uso de ferramentas
para facilitar a construção e a sistematização de novos conhecimentos, mas
acreditamos que estas devem apoiar o processo de produção de conhecimento o
qual tem nas pessoas o seu ponto central.
Pedagogia
empresarial atuação do pedagogo na empresa
Para o pedagogo torna-se de extrema relevância discutir a
gestão do conhecimento, pois, em geral, há uma tendência à implementação da
gestão do conhecimento e da educação corporativa de forma integrada, além de
que ambos influenciam diretamente na formação humana nas organizações.
Considerando os aspectos em comum que estas abordagens
possuem, dada a sua vinculação com a aprendizagem e com o processo de
construção do conhecimento a Gestão do Conhecimento tende a apoiar-se mais no
aprendizado informal e a educação corporativa no aprendizado formal,
estruturado.
Em síntese, caberá ao pedagogo investigar a concepção e as
formas de implementação da Gestão do Conhecimento na organização em que atua,
de modo a torná-la um processo o mais educativo e democrático possível em meio
aos interesses do capital de expropriação e objetivação dos saberes dos
trabalhadores.
Qual é
o papel do pedagogo no contexto de uma empresa? Em quais áreas ele pode atuar
neste ambiente?
Na verdade, o pedagogo pode atuar em qualquer instituição
onde haja uma prática pedagógica sistematizada: empresas, sindicatos,
associações, hospitais, museus, clubes, ONGs, universidades etc.
Aprofundamos o debate sobre a atuação qualificada do
pedagogo em tais espaços, ressaltando que este não perde de vista a
especificidade e a qualidade técnica de seu trabalho e acima de tudo o seu compromisso
político quando seu lócus de atuação é em uma organização diferente da escola.
Atualmente, as transformações tecnológicas e
organizacionais marcam a realidade das instituições, exigindo dos cidadãos
novas competências e maior escolaridade.
A aprendizagem parece perpassar todos os espaços sociais.
Logo o pedagogo amplia seu espectro de atuação.
Mas, sem dúvida, mais do que
nunca, precisa afirmar o que é eminentemente pedagógico para garantir uma
prática compromissada com a aprendizagem significativa e crítica.
Pedagogo
empresarial atuando em espaços não escolares
Sua atuação profissional, seja em um espaço escolar ou não
escolar, não pode deixar de se comprometer com a descrição, a explicação, e a
intervenção no fenômeno educativo a partir dos fundamentos técnico-científicos
da Pedagogia e de seu compromisso político enquanto pedagogo.
Sua atuação deve ir ao encontro da busca constante de
formulação de mecanismos de democratização da educação em uma sociedade
complexa.
Torna-se fundamental que o pedagogo tenha cada vez mais uma
prática reflexiva que o permita compreender a intencionalidade do ato
educativo, acontecendo este em uma ONG, em uma empresa, em um sindicato ou,
ainda, em uma associação, entre outras organizações.
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