Desenvolvimento da Universidade Corporativa
Uma pesquisa
realizada por ocasião do Global University Week 2000 classificou o
desenvolvimento das UC em três estágios: operacional, tático e estratégico.
A primeira
fase, operacional, ocorre quando as atividades de capacitação, até então
dispersas por toda a empresa, são reunidas em uma única estrutura, com o
objetivo de estimular o treinamento e melhorar a eficiência, por meio da
eliminação de redundâncias e redução de custos.
O segundo estágio, tático, inicia-se quando os conteúdos prioritários passam a ser definidos pela universidade corporativa, que se torna daí em diante, a principal captadora, mantenedora e disseminadora do conhecimento corporativo.
A intenção é
alinhar os interesses individuais e os objetivos estratégicos da organização.
Ou seja, o que realmente define como “corporativa” uma universidade empresarial é
a sua estreita vinculação com as estratégias da organização.
O estágio estratégico, terceiro e mais avançado degrau, é finalmente alcançado quando educadores e aprendizes corporativos passam a atuar em projetos de pesquisa voltados para a inovação estratégica, gerando conhecimentos novos e relevantes, capazes de criar diferenciais competitivos.
Somente as
UC que atingem este último patamar, merecem ser realmente chamadas de
universidades corporativas.
Prioridades da Universidade Corporativa
Ainda de
acordo com Eboli (1999), os bons resultados alcançados pelas Universidades
Corporativas refletem-se no êxito das empresas mantenedoras, por meio de
métodos educacionais modernos e que priorizem o desenvolvimento de
conhecimentos, atitudes e habilidades, e não somente o conhecimento técnico e instrumental.
As UC têm o
poder de gerar oportunidades para o aprendizado ativo e continuado, que
contribua decisivamente para o alcance dos grandes objetivos empresariais.
BAYMA (2005,
p.28) apresenta uma visão realística sobre o tema ao afirmar que a universidade
corporativa é um modelo de gestão do desenvolvimento das competências das
empresas, por intermédio do desenvolvimento do patrimônio humano.
Sua
implantação, ao contrário do que muitos imaginam, é complexa. Sua operação
requer uma profunda mudança na cultura da organização, sobretudo a gerencial.
[...] A
partir dessa compreensão é possível, por exemplo, distinguir que um número
relevante de entidades, autodenominadas universidades corporativas, não passam
de um departamento de T&D com componentes modernos de TI, e não de
educação.
Universidade Corporativa no Brasil
A
disseminação das Universidades Corporativas no Brasil demonstra que grandes
empresas como Ambev, Grupo Algar, Grupo Accor, Perdigão, Banco do Brasil, Caixa
Econômica Federal, dentre outras, estão replicando para a área de educação
corporativa as práticas bem-sucedidas de serviços, facilidade de acesso e tecnologia
da informação.
Segundo
Macedo (2001, p. 34-35), a transformação do departamento de T&D em
Universidade Corporativa provoca significativa alteração de status, pois a área
de formação evolui de uma mera estrutura de apoio operacional para o nível
decisório estratégico.
As UC são
vistas pelas empresas que as patrocinam como geradoras e impulsionadoras de
negócios, razão pela qual é comum encontrá-las vinculadas diretamente à alta
administração.
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Carlos
Felipe
educacional.contato@hotmail.com
Referências
BAYMA,
Fátima. Educação à Distância e Educação Corporativa. In BAYMA, Fátima (org). Educação Corporativa: desenvolvendo e
gerenciando competências. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
EBOLI,
Marisa. Educação Corporativa no Brasil:
princípios de sucesso e melhores práticas. In BAYMA, Fátima (org). Educação Corporativa: desenvolvendo e
gerenciando competências. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
MACEDO,
Ricardo Baiocchi de. Universidades
Corporativas: proposição de um modelo conceitual. Dissertação de Mestrado.
Brasília: FGV/EBAPE, 2001.
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