Gestão
de mudanças
Nas organizações contemporâneas, a necessidade de
mudança é uma certeza e uma precondição para o sucesso. A tarefa do gestor
moderno envolve guiar as organizações através de mudanças que sejam
necessárias.
Vamos apresentar os conhecimentos necessário sobre o
sucesso ou fracasso da implementação de mudanças planejadas, incluindo métodos
para que o gestor se torne ele mesmo um agente de mudança dentro da
organização.
Este artigo lida com um processo de mudança que se
aplica não somente a gestores de alto nível hierárquico - que possuem recursos
de autoridade para impor mudanças - mas também aos que se encontram em posições
dentro da organização nas quais o desafio maior é o de implementar a mudança
nas pessoas sem o uso do poder de coerção.
Nas últimas décadas elementos como; o trabalho
colaborativo, o desenvolvimento tecnológico, as organizações orientadas a
projetos e a competição acirrada, estão tornando o ambiente de negócios cada
vez mais propenso a mudanças.
Liderança
e os Mecanismos de Gestão
Há dois componentes muito importantes para uma empresa
inovar e mudar: uma liderança que perceba o momento de mudar e que saiba
mobilizar a empresa para mudar, e os mecanismos de gestão.
Se a empresa tem
mecanismos de gestão que viabilizam o processo de inovação, ela será uma
empresa inovadora. Se não houver um processo para fazer as pessoas pensarem e
refletirem sobre inovação, a empresa não terá inovação, apesar do discurso de
inovar.
Se a empresa tiver mecanismos de reconhecimento das pessoas que inovam,
valorizando a inovação, ela vai inovar. Se não houver estes mecanismos, não
adianta
As lideranças terão sempre papel fundamental em
qualquer processo de mudança. "Um projeto de mudança organizacional não
acontece da noite para o dia. Precisa de um tempo específico de implementação e
geralmente enfrenta resistências dentro das empresas.
Por isso, a gestão de
mudança é tão necessária", afirma Marco Land, diretor de Novos Negócios da
Dextera Consultoria. Ele acrescenta ainda que a gestão de mudança deve envolver
"um conjunto de estruturas, processos, ferramentas e técnicas que ajudam
indivíduos e equipes a se adaptarem ao novo.
O suporte de uma metodologia
focada em pessoas é essencial para garantir o engajamento dos
colaboradores". E é ao líder que compete a responsabilidade de definir e
implementar tudo isso.
Para Land, "a liderança precisa ser efetiva, pois
ela é um fator de sucesso para a mudança organizacional. Os líderes
organizacionais e locais precisam atuar em consonância para implementar a
transformação da melhor forma possível".
Alex Born, professor e pesquisador da área de
neurociência, acrescenta ainda a importância de o gestor saber compreender bem
os impactos das mudanças sobre os colaboradores.
Para ele, o medo pode ser um
fator limitante, nesse caso. "Quase dois terços do nosso cérebro nos
impulsionam ao medo, e toda mudança, em menor ou maior escala, provoca
medo", afirma.
"Apesar de isso soar como algo totalmente
negativo, o medo pode ser visto com um estímulo que, em meio à mudança, nos faz
buscar algo, desperta a ambição para traçar novos objetivos.
Logicamente, o
medo também pode ser responsável por nos acovardar, nos tornar pouco
suscetíveis a mudanças", acrescenta Born.
O Processo de Mudança
Levando em conta essas considerações, elencamos aqui 4
passos pontuais que devem ser considerados nos processos de mudança:
1 - Liderança: Defina gestores responsáveis por
conduzir os processos de mudança em cada setor da empresa.
2 - Planejamento: Com os líderes reunidos, defina uma
estratégia.
3 - Transparência: Jogue limpo com sua equipe e
apresente o máximo de informações possível, permitindo que eles se planejem e
avaliem suas posições no novo contexto que estará sendo desenhado.
4 - Gestão: Com um plano nas mãos e líderes
preparados, administre cuidadosamente cada passo da mudança.
Não por acaso, John Kotter, professor da Harvard
Business School, concebeu 8 passos fundamentais para uma gestão de mudanças
eficaz nas organizações. Mesmo após duas décadas, os conceitos propostos pelo
especialista ainda são extremamente úteis para os gestores que não querem se
deixar intimidar pelas mudanças em seus empreendimentos.
Conheça
os 8 passos para a gestão de mudanças:
Crie senso de urgência
Para que uma mudança possa acontecer efetivamente, o
primeiro passo é envolver as pessoas que irão participar dela.
Desde a alta
administração, passando pelos funcionários e chegando a investidores e
clientes. É preciso que todas as pessoas compreendam as razões da mudança, e a
importância de agir imediatamente, para que a motivação possa ser despertada em
cada uma delas.
Forme uma aliança poderosa
Outro passo fundamental é a identificação de
funcionários e gestores que podem servir como agentes da mudança. Essas pessoas
podem ser escolhidas não somente pelo cargo que ocupam, mas também por seu
status, experiência no tema, ou até mesmo importância política.
Na prática,
eles poderão influenciar as pessoas de seu círculo durante o processo de
mudança e ajudar a eliminar problemas antes mesmo que eles venham à tona.
Crie uma visão para a mudança
Assim como as empresas utilizam a visão de futuro para
nortear equipes na busca pelos objetivos estratégicos do negócio, elas podem
aproveitar a mesma ferramenta para os processos de mudança.
Aqui, é preciso
elaborar uma visão com os principais valores relacionados à mudança, de forma
altamente concisa e objetiva, permitindo que todos compreendam de forma rápida
o que precisará ser feito no dia a dia para se adequar à nova situação.
Invista na comunicação
O processo de mudança provavelmente irá competir pela
atenção da equipe com muitas outras questões prioritárias na organização.
Por
isso, é fundamental direcionar esforços para que a visão da mudança seja
devidamente comunicada nos diferentes níveis organizacionais para garantir seu
aprendizado por todos da empresa.
Empodere toda a sua base
Alguns processos de mudança falham não somente pela
falta de adesão das pessoas, mas também pelo despreparo da empresa na hora de
virar a mesa.
No 5º passo, Kotter propõe que as empresas se certifiquem de que
as barreiras humanas, técnicas e normativas, sejam devidamente removidas para
que as novas soluções possam ser abraçadas sem empecilhos.
Isso deve se dar através do empoderamento e
envolvimento de toda a estrutura da empresa no processo de mudança.
Crie metas de curto prazo
As pessoas se sentem mais motivadas quando percebem
algum progresso nas atividades que executam.
Dessa forma, outro importante
passo é a criação de metas e incentivos para as equipes no curto prazo, com o
objetivo de comemorar os objetivos alcançados e dar recompensas para aqueles
que agirem em favor da mudança.
Durante o planejamento da mudança, esse passo também
diz respeito à priorização das iniciativas, cujos efeitos podem ser sentidos
imediatamente, o que irá ajudar a provar como o processo pode ser benéfico para
a organização.
Não diminua o ritmo
Ainda que os ganhos de curto prazo sejam atrativos num
momento inicial, as mudanças verdadeiras levam certo tempo para serem
totalmente absorvidas.
Por isso, não perca o foco nas mudanças estruturais e
mais profundas, pois somente elas serão capazes de trazer melhorias contínuas
para os processos e projetos.
Torne mudança parte da cultura organizacional
Muito mais que passar por um período de mudança,
Kotter prega que as empresas precisam incorporá-la no DNA do negócio. Essa
iniciativa deve partir da liderança, por meio do reforço constante sobre quais
as expectativas do novo cenário, mas também na sua incorporação nos sistemas
formais, evitando que a nova realidade seja deixada de lado por força do
hábito.
Integrar mudança na cultura da empresa, vai preparar sua equipe para
mudanças futuras. Cabe aos gestores fomentar um ambiente adequado para que as
organizações atravessem processos de mudança sem problemas.
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Carlos Felipe
educacional.contato@gmail.com
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