O modelo para desenvolvimento de universidades
corporativas no contexto da educação corporativa, tem uma proposta
caracterizada por ser um modelo não linear.
Seus elementos - parceria (do qual derivam os demais),
diagnóstico organizacional, alinhamento estratégico, desenvolvimento de
currículo, implantação de programas e avaliação – não devem ser tratados, pelo pedagogo de forma isolada
ou como um processo sequencial.
Devem ser implementados de forma flexível e
integrada, de acordo com a cultura organizacional.
Como
implantar a educação corporativa nas empresas?
1.
Parceria
A parceria se constitui no elemento central de uma
universidade corporativa, seja esta interna (alta direção, média gerência,
empregados) ou externa (institutos de ensino, universidades, consultorias).
As
parcerias auxiliam não só no desenvolvimento, mas também na manutenção da UC.
Estas promovem e disseminam o conceito de aprendizagem da organização por todos
os seus níveis.
Uma parceria essencial consiste na alta direção da empresa, a
qual dará sustentação à iniciativa e ajudará a criar um ambiente de
colaboração, vencendo resistências.
Em relação às parcerias externas cumpre
ressaltar seu papel de desenvolvedores de programas educacionais que atendam ao
modelo da UC.
2.
Diagnóstico
Organizacional
O diagnóstico organizacional inclui o levantamento e
análise das necessidades da organização como um todo – empregados e grupos.
Considera que o aprendizado organizacional ocorre mediante o desenvolvimento
individual.
Os funcionários indicarão suas posições sobre assuntos, como por
exemplo, horário de início das aulas, áreas de conhecimento que desejam se
aprofundar, áreas que não são de seu interesse, entre outros.
A participação de
especialistas em diversas temáticas de diversas áreas da empresa pode ajudar na
identificação dos programas educacionais a serem desenvolvidos. Uma vez
identificadas as necessidades dos indivíduos e dos grupos, deve-se verificar a
visão de futuro da organização.
A partir daí, torna-se indispensável um
levantamento das competências que a organização precisará desenvolver para o
futuro. Trata-se de verificar as necessidades de aprendizagem a partir da
diferença entre as competências de hoje e aquelas que serão necessárias para a
empresa cumprir seus objetivos organizacionais.
Este elemento do modelo de desenvolvimento da UC
caminha junto com o diagnóstico organizacional.
Com base nas necessidades dos empregados
e da organização no que tange às demandas advindas de sua visão de futuro, cabe
à UC estabelecer sua missão e seus planos para o futuro, com base nos planos
estratégicos da organização (plano estratégico, plano diretor, plano de
negócio, entre outros).
4.
Desenvolvimento
do Currículo
O desenvolvimento do currículo sintetiza e aponta as
soluções em termos de aprendizado organizacional para as lacunas e desafios
encontrados no diagnóstico organizacional; o conteúdo dos planos estratégicos
definidos no alinhamento estratégico; e as parcerias estabelecidas de modo a
atender às necessidades dos empregados e da organização.
Considerando as partes
interessadas na UC - empregados, organização e parceiros -, pode-se afirmar que
a customização do currículo para a organização facilita o alcance dos objetivos
e a satisfação de suas necessidades.
Os programas e as ações educacionais e de
gestão do conhecimento devem ser elaborados com especialistas da organização
nas diversas áreas de conhecimento envolvidas, as equipes de educação
corporativa e, se necessário, parceiros externos como instituições de ensino e
consultorias.
O desenho de programas e as ações educacionais podem
incluir a construção de novos cursos, por exemplo, ou a adaptação de algum já
existente, visando a sua adequação à realidade da empresa.
Torna-se fundamental
registrar, neste contexto, que em qualquer uma destas situações estas ações
educacionais deverão incluir: conteúdos e desafios relacionados ao trabalho do
seu público-alvo; projetos em andamento na organização; resolução de problemas
existentes na corporação; inserção de documentos internos; informações sobre
processos, normas e diretrizes institucionais, entre outros.
A proposta de
EC deve abranger a promoção de uma aprendizagem significativa e
contextualizada, para isso, diversos métodos devem ser utilizados.
Por exemplo:
educação a distância; “treinamento em serviço”; mentoring; coaching; oficinas
(workshops), entre outros. Em uma seção especial nesta aula, abordaremos as
Trilhas de Aprendizagem como uma das formas de estruturação do currículo da UC,
como alternativa às antigas grades de treinamento.
Cumpre ressaltar que se faz necessária a construção de
um projeto político pedagógico, de forma participativa e representativa, para a
formação profissional, de modo a sistematizar e apresentar o ideal de educação
a se perseguir e os caminhos utilizados para buscá-lo.
Além disso, torna-se
fundamental a elaboração do modelo educativo que explicitará as bases
pedagógicas para o aprendizado pretendido.
5.
Implementação
de Programas
Podendo ocorrer junto com a fase de Desenvolvimento do
Currículo, a implementação de programas abrange a alocação dos recursos
necessários para se criar um ambiente de aprendizagem no local de trabalho.
Antigamente, nos antigos Centros de T&D, eram necessários flipcharts,
mesas, cadeiras, projetores, entre outros recursos. Atualmente, uma UC pode ser
implementada apenas com um campus virtual ou ainda como um processo
compartilhado de aprendizado organizacional e aprendizagem permanente
disseminado pela organização.
Para garantir o engajamento de todos da
organização na proposta de EC, atividades de marketing devem ser executadas
tais como: envio de mensagens eletrônicas, reuniões e apresentações para
gerentes e empregados para divulgar o projeto de EC/ UC.
Sistemas de gestão do
aprendizado devem ser estruturados envolvendo serviços de admissão, matrícula,
pagamento da ação educacional contratada, registros dos alunos (por exemplo,
notas, frequência etc.) também o orçamento para custear os programas, as ações
educacionais e de gestão do conhecimento deve ser aprovado e alocado.
É claro que em algumas organizações o orçamento é
aprovado antes mesmo de se iniciar o trabalho de desenho dos planos e do
currículo. Em outras, o orçamento só é debatido depois do conceito de EC ter
sido discutido e apresentado como uma opção viável para o aprendizado e
desenvolvimento organizacional.
Por fim, é também na fase de implementação dos
programas que a UC deve disponibilizar um serviço de aconselhamento para os
empregados discutirem e selecionarem o melhor programa para as suas
necessidades e que coincida de forma mais adequada com as suas opções de
carreira.
O aconselhamento ajuda o empregado a balancear mais um componente no
seu plano de vida.
6.
Avaliação
Como a UC consiste em um veículo para desenvolver
indivíduos e maximizar o desempenho organizacional, a avaliação dos programas
deve atingir tanto o nível do indivíduo como o da instituição.
Pode incluir
vários tipos: avaliação formativa (realizada durante a execução das atividades
de aprendizagem); somativa (conduzida logo depois da finalização das atividades
de aprendizagem); e longitudinal (realizada depois de um período após o término
da atividade de aprendizagem).
A avaliação deve abranger a efetividade das
atividades de aprendizagem, bem como a efetividade do processo em si de
educação corporativa. Seu propósito é verificar o quanto as atividades de
aprendizagem propiciaram o atendimento das necessidades individuais e
organizacionais, a melhoria da eficácia global da organização, assim como a
eficácia do próprio processo de planejamento dos programas.
O modelo de avaliação deve indicar o quanto a UC,
alinhada estrategicamente aos objetivos da organização, mostra-se capaz de
alavancar resultados nesta direção.
As análises precisam indicar como os
programas estão alinhados com os planos estratégicos e o quanto contribuem para
aumentos na produção, para a inovação, para a redução das taxas de erros etc.,
considerando-se que os planos e currículos da UC foram desenhados de forma
conectada ao futuro da organização.
O processo avaliativo dificilmente afirmará
que a UC sozinha melhorou a eficácia organizacional, pois muitos fatores, como
novas tecnologias, automação, entre outros, também contribuem para esta
finalidade.
No entanto, o desafio da avaliação consiste em descobrir a parcela
de contribuição da UC para o alcance do sucesso global da organização.
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Carlos
Felipe
educacional.contato@gmail.com
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